RAÍZES ENTRELAÇADAS

Na vasta teia de culturas que compõem o tecido desta nação, há fios tecidos profundamente, que originam riqueza única e irreplicável. Guardiões de tradições ancestrais, detentores de sabedoria que transcende os tempos. Vozes que reverberam nas entranhas do Brasil desde tempos imemoriais. Donos das matas e rios, forjadores de uma relação sagrada, com uma cosmogonia que tece a tapeçaria onde humanos, animais e espíritos dançam com a natureza de testemunha dos cânticos e rezas entoados.

Herdeiros da resistência, mantêm viva a memória daqueles que enfrentaram a opressão e o açoite. Encontram refúgio nas entranhas das aldeias, onde perpetuam a cultura que celebra a liberdade e suam dignidade, mas ainda choram lágrimas de sangue.

Suas redes entrelaçadas, são barcos que bailam nas ondas da sabedoria, dos segredos, das correntes e das estrelas. Seu modo de vida é testemunho do humano e do vasto oceano que abraça esta terra. Cultura adaptada à dureza de vidas áridas, floresce como a mais exuberante das flores em suas práticas e crenças que resistem em sua essência no coração do Brasil.

É dever nosso a reverência, pois esta cultura, dádiva da diversidade, é herança, é artefato pulsante que flui nas veias deste chão. Respeito não é cortesia, mas sim, uma obrigação! Agradecer todo dia. Ter sempre gratidão, pela riqueza que somos, pelas histórias contadas, pelas línguas faladas e pela sabedoria.

É preciso proteger as terras que guardam segredos do passado e do futuro. Suas línguas, rituais, mitos e práticas de conhecimento profundo, expressam seu maior legado, viver em equilíbrio, valorizando a preservação dos recursos naturais e a biodiversidade. A visão holística, crucial à vida de conexão profunda e respeitosa com a natureza é um convite ao aprendizado. 

Celebrar os povos originários é celebrar a nós mesmos, somos todos parte dessa tapeçaria multicolorida, entrelaçados pelos fios da história e da cultura. Esperamos um dia tecer juntos sem preconceito, um futuro, onde a diversidade seja honrada, as vozes de todos ressoem em harmonia e a maior riqueza do Brasil seja medida pelo respeito e amor entre seus habitantes.

 

Por Helena Pereira (pseudônimo Lunah Lan) Crônica sobre os povos originários que foi Selecionada pelo Prêmio Off Flip 2024

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