Nas veredas do meu tempo

Brota um afinado lamento

Nos dias de chuva e sol

E na calada do vento

 

A semente da poesia

Germina pura e eterna

Desperta em mim evidente

Nasce ardente e terna

 

Mas as urgências da vida

Com um grito estridente

Faz-me matar os brotos

Tão breve eles nascentes

 

Por entre as minhas horas

Reuniões e compromissos

Ouço em silêncio chamado

E abafo nos meus sumiços

 

A poesia pede espaço

Vem rasgando o meu peito

E eu torço o compasso

Saio a francesa, se jeito

 

No recôndito persiste

Nos gestos e no olhar

Silenciada, ela existe

Teima em não se calar

 

A cada momento vivido

Decido essa indecisão

Conto o que eu tenho sentido?

Ou calo na escuridão!?

 

Por Helena Pereira (pseudônimo Lunah Lan)

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