PORQUE OS HOMENS “MATAM POR AMOR”

Ninguém mata por amor, mata por ódio que é completamente o contrário.
É como confundir doce com salgado ou preto com branco. Amor e ódio são paradoxos inconfundíveis, porem facilmente mascarados pelo machismo arraigado na sociedade.
O homem tem a namorada, mulher, ex mulher como uma posse sua, como um objeto que deve servi-lo ao que desejar, seja para afazeres domésticos, seja para lhe dar prazer sexual, seja para exibir como um troféu. Para isso, os homens elencaram padrões, a mulher tem que cozinhar e se cozinhar bem “já pode casar”. A mulher não pode usar roupas curtas e nem falar ou rir alto, sua fala, suas roupas, sua maquiagem, sua maneira de se expressar devem ser comedidas configurando o padrão machista de “uma mulher pra casar”. A mulher, segundo os padrões sociais machista também deve manter o corpo sempre em dieta que a mantenha com baixo peso (não importa, os problemas que ela tenha com a idade, ou doenças que podem acometê-la) o valor se dá às mulheres que conseguem vestir manequins entre 34 à 40. Bom ainda é que seja loira (mesmo que negra) e de cabelos lisos. As mulheres ganham menos pelo mesmo trabalho, e ainda tem sua jornada estendida quando chegam em casa e têm de dar conta de tudo. Esses padrões machistas fazem de tudo para impedir que elas frequentem as escolas e possam estudar e se politizar. Como? Fácil! Lhes dão filhos, que por parirem são basicamente as únicas responsáveis por eles, e as escolas retrogradas mantem leis arcaicas que as proíbem de levarem os filhos consigo para as salas de aula.
Sendo assim, a menina ao nascer, já é rotulada, e colocada em caixas – caixa de maquiagem – caixa de boneca (seu bebê) – caixa de brinquedos de cozinha, etc.
 Muitas vezes é impedida de questionar, de dirigir, de permanecer no meio das conversas dos adultos, porque ali confabulam sobre o seu sórdido futuro. É nessas horas que se houve as frases “essa quando crescer vai dar trabalho” ou “ é Zé, de consumidor agora vai virar fornecedor” e o pai logo fala “já comprei uma 12 com 2 canos para quem se atrever”. Mostrando claramente que a criança ali, já é um objeto para os homens que a circulam.
Ela cresce, enamora-se por um homem, e em seu casamento seu pai a leva até o altar e entrega seu direito de posse ao marido. Este por sua vez, passa então a usufruir de todos os préstimos que essa mulher possa lhe dar.
Ele pode lhe trair e exigir fidelidade, ele pode sair pra jogar e beber com os amigos, mas se ela quiser ver as amigas, que essas venham lhe visitar em casa, porque “mulher direita não anda na rua sozinha”, ela pode até pensar, mas falar, só quando for solicitada, e, se por acaso o marido não achar o par de meias azuis para trabalhar na segunda-feira depois de um final de semana de sofá, cerveja e televisão, a culpa é da mulher desleixada que não lava, passa e guarda a roupa no lugar certo.
As mulheres reproduzem essa cultura machista criando suas filhas para serem esse objeto “por trás dos homens”, as mães dos meninos já os criam opressores, e cheios de dedos para os serviços domésticos, como se isso os fizesse perder a masculinidade.
A mulher desencantada reclama da vida que leva e por isso leva porrada, porque mulher “de bem “ não reclama da vida que tem. O marido lhe diz, “não te falta nada mulher, você tem comida, tem casa, tem teus filhos e eu ainda te levo em festas, você tem tudo o que precisa, ta reclamando de barriga cheia”.
Triste e humilhada ela vai embora, inconformado, ele a segue e em nome do amor mutila e mata.
Isso não é amor, é machismo. Isso é referente ao direito de propriedade que você acha que tem sobre a mulher. Isso nunca será amor.

MULHER, SOLTA TEU GRITO, A TUA LIBERDADE SÓ DEPENDE DE VOCÊ, DENUNCIE, NÃO PERMITA, REFLITA!


Lunah Lan

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