A MELHOR FOTOGRAFIA



Olhou pela janela do quarto as folhas do fim do outono rolando pela praça em frente à casa. Elas davam uma linda cor de um laranja avermelhado para o caminho pacato e silencioso do parque, onde ninguém brincava.
Estava apreciando o balanço dos galhos ao vento suave daquela tarde quando pensou ter ouvido a campainha.
A tempos vivia enclausurada naquela casa e pouco contato tinha com o mundo exterior, estava resolvida a escrever o seu livro e que nada atrapalharia.
De novo a campainha, insistente.
Deve ser o entregador de pizza!
Desceu as escadas quase correndo, pegou o dinheiro que já estava separado na mesinha e correu para a porta. Ficou tão absorta em seus pensamentos que não sabia quanto tempo o entregador estava à lá.
Ensaiou um pedido de desculpas, fez um sorrisinho no rosto e abriu a porta.
Deu de cara com uma mão segurando uma florzinha na altura do seu nariz. Conhecia aquela mão e não era do entregador de pizza.
Só existia uma pessoa no mundo capaz de conquistar uma mulher com uma florzinha do seu próprio jardim.
Não conseguiu conter o sorriso, nem o coração que estava aos pinotes dentro do peito, estendeu a mão pegou a flor e se atirou no abraço mais gostoso que conhecia.
Nada foi dito nesse momento, não havia nada para dizer. Estavam um nos braços do outro, ocupados sentido todo o desejo guardado de tempos, o cheiro doce dos cabelos, a textura da pele, o roçar da barba, a firmeza do abraço, a sinceridade das almas.
Alguém diria que seria o momento certo para uma fotografia. Mas eles preferiram eternizar esse momento na lembrança!

Lunah Lan




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