A noite em que me tornei humana

Senti a dor da solidão, o peso da culpa
Perdi o rumo, os sentidos, as vaidades, os pudores
Rastejei entre as folhas caídas no chão
Sentindo o cheiro de vômito nos cabelos

O consciente já inconsciente nada mais pensava,
Apenas sentia tudo intensamente
Sofria silenciosamente
O coração calado por tanto tempo,
Falei de coisas que mostravam quão frágil e imperfeita sou

Vaguei como um anjo caído
Até encontrar meu anjo da guarda
Que me vendo tão frágil e inconsolável
Segurou a minha mão até a parte mais fria da noite passar

E então, ao amanhecer, eu expirei
Desprendendo-me daquele corpo frágil e fétido
Retornei ao meu status de Semi-Deusa
Com a missão de aperfeiçoar o imperfeito
E evitar o inevitável.


Lunah Lan

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