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COMO NASCE UMA POESIA

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  O dia em que a alma derrama A tinta azul no papel  O peito se enche, inflama Conta estrelas no céu Os versos feitos de vento Suaves, plenos, alentos As rimas, quase respiro Da vida o perfume, suspiro A palavra em nó na garganta Cala um sonho imperfeito A caneta hesita, levanta Os olhos a mirar o seu feito O sorriso molda o traço De um abraço infinito no espaço De uma beleza singular e rara São sonhos de tudo que amara Busca-se o verbo exato A poesia onde se esconde O verso tentando contato É a mão sem voz que responde  E então compreendo — é poesia Ela sim é desejo sem nome É a emoção do poeta que a cria Lágrima mansa, que o papel consome De Helena Pereira – Pseudônimo Lunah Lan  Dia 21/03/2024 Dia Mundial da Poesia
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  Sou quem leva nas costas o mundo Gentil com o peso que aceitei carregar As dores alheias que em meu peito afundo  As mágoas ocultas que insisto em curar Às vezes esqueço que eu sou meu destino E vou me perdendo no vasto caminho  Derramo-me inteira, num gesto divino  E busco em silêncio algum colo sozinho Eu sou tão intensa, sou forte, sou vida  Mas tantas batalhas travadas por dentro  A dor escondida, a força contida  Que nem mesmo eu vejo, nem sempre concentro Por isso relembro num verso singelo  Eu sou especial, sou abrigo e ternura  Eu mesma mereço cuidar do que é belo  Do amor que me move e também que me cura Meu mundo, minh`alma, que eu nunca esqueça Meu peito pulsante merece atenção Sou a promessa que o sorriso floresça  O meu compromisso é minha paixão Pois quando eu abraço meu próprio universo  Refaço caminhos com graça e verdade  Me encontro de novo, transbordo em verso E enfim reconheço: sou minha saudade Por H...
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  PROFESSORA   Nas mãos trago o verbo ensinar Teço destinos, moldo amanhãs E em cada olhar que se perde no ar Vejo o futuro dos tempos maçãs   Quem se doa, inteira e sem fim Na sala com gestos para encantar O coração, que pulsa em mim Se faz abrigo no ato de amar   Criança/aluno que nasce e voa Pedaço de mim, sempre a crescer Saudade no tempo que ecoa Amor pelo eterno aprender   Sou jornada de sorriso e de dor Despedidas e sonhos que se vão Ao ensinar é um mundo de cor Do que sou, do que fui, doação   Por Helena Pereira (Pseudônimo Lunah Lan)
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  DIGA TUDO   Nas minhas lágrimas minha alma se banhava Por tantos dias e noites te esperei Mas tua sombra sequer me procurava Diga tudo, mas não diga que não te amei   A dor da despedida o coração corrói Saudade que aos poucos se perdeu Minha cabeça no teu peito, quem diria, meu herói É a lembrança mais triste do meu breu   Nos meus sonhos, nas poesias, estou certa Vejo um filme que o tempo desbotou Das promessas tão vazias, tão incertas Teu perfume, ainda sinto é o que sobrou   Sei que posso esquecer, posso calar Meu amor mesmo em silêncio ainda é teu Pois o amor que fiz nascer pra te entregar Ao dizer que não te amo, o mal venceu   Por Helena Pereira (Pseudônimo Lunah Lan)  
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  RESUMO   Insisti na gente, mas um dia fui embora Calei meu eu, sufocado nessa dor Sonhos que tive e teci à luz da aurora Nunca chegaram, congelaram esta flor   Na vida, eu me vejo naufragando As lembras dos teus beijos, lá se vão A saudade passa o dia me espreitando Nas poesias que escrevi na contramão   Em mim tudo o que fomos, reverbera Mas os meus olhos nos teus olhos, não tem mais Eu quis ser forte e vencer a atmosfera Fui consumida pelos silêncios mais mortais   Eu sou penumbra e nas noites não me perco Eu sou a brisa que murmura o teu nome Eu fui embora para dentro do deserto Em solidão minha alma se resume   Por Helena Pereira (Pseudônimo Lunah Lan)
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  ENTRE O VERÃO E O NATAL   Fui feliz em um tempo de verão Onde ao sol e no mar eu me encontrava Nossos corpos, em volúpia, emoção A minha boca, tua boca desejava   No Natal, em silêncio eu não te via Brilhava em nós a promessa mais sagrada Que em breve para mim, tu voltarias E por você, eu esperava apaixonada   Em silêncio eu gritava tua ausência Casa vazia, recontando o que fomos Na solidão eu perdia minha essência O meu brilho, as minhas asas e os meus ramos   O que pesa é a saudade que consome A tua falta é inverno sem final Fui feliz, mas enfim, não tinha um nome Hoje sou nada, só memória no Natal   Por Helena Pereira (Pseudônimo Lunah Lan)
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  EFÊMEROS HUMANOS   Somos vento Sopro breve que toca a terra Antes de se perder no esquecimento Somos rastro de uma estrela cadente Um brilho volátil no véu do infinito Onde tudo nasce já morrendo   Somos pele, osso e memória Pó que dança na luz da aurora Vida que se afoga no silêncio do tempo E ainda assim, quando se vão, choramos Porque sentir é nosso maior tormento E também, nosso dom mais insano   Trazemos no peito o peso dessas eras Como se o mundo fosse todo nosso fardo Como se fôssemos mais do que um suspiro Na garganta do universo Mas a vida é só um poema amargo Escrito em areia e disperso   E no instante final, quando a chama apagar As linhas frágeis desenhadas Resta apenas a beleza de termos existido Ardido Antes do nada.   Por Helena Pereira (Pseudônimo Lunah Lan) Em homenagem a professora Cassia Meira ( in memorian )